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Cerimônia Tribal (Nigéria)
Cerimônia Tribal (Nigéria)

Cerimônia Tribal (Nigéria)

A noiva veste uma saia de ráfia ou de tecido africano. O busto fica à mostra. Na cabeça, sobre o penteado alto, leva o Ade (coroa) de búsizos, formando desenhos e cordões descendo pelo corpo. Outras etnias usam o Ade confeccionado com penas de pássaros. O noivo, também com o peito nu, usa Sokoto (calça estilo bombacho), adornada com búzios, junto ao tornozelo e os pés descalços.

Nos antebraços ele carrega senzalas (braceletes) de ráfia africana trançadas com búzios e, no pescoço, colares a gosto. Aparentemente a noiva não usa maquiagem. A celebração do casamento é feita pelo sumo-sacerdote. O noivo entra no recinto sagrado, onde todos os presentes permanecem de pé, trazendo uma pomba (fêmea) branca. A noiva entra com um pombo (macho) branco.

Eles os entregam nas mãos do sumo-sacerdote juntamente com as ervas sagradas, incensos e bálsamos para serem purificados. Através dos pombos e orações invoca-se um Orixá (Deus) da união e da prosperidade, representando o destino do casal. O pombo é colocado na cabeça da noiva e a pomba, na cabeça do noivo. Em seguida se invoca o Orixá da Água, da Terra, do Fogo e do Ar. Os pombos, quando soltos, deverão seguir num mesmo rumo para a felicidade do casal. Não é de bom agouro eles se separarem, tomando rumos diferentes. Invocados esses elementos, o sumo-sacerdote escolhe o ponto crucial para o destino da celebração.

O sumo-sacerdote joga o Obi (fruto sagrado africano) para ver o destino do casal. De acordo com o destino, apurado pela revelação do jogo do Obi, as frutas são colocadas sobre a Eni (esteira) pelos auxiliares do sacerdote. Essas frutas estarão sobre várias outras Eni, estendidas ou não próximas ao local da cerimônia.

O sacerdote serve aos noivos e estes dividem as frutas entre si. Uma fruta inteira é colocada na boca da noiva e em seguida o noivo morde essa fruta e a retira, com sua própria boca, da boca da noiva. Posteriormente, as frutas não escolhidas para a união do casal serão servidas aos convidados. As mulheres auxiliares servirão às convidadas e os homens auxiliares, aos convidados. Enquanto os noivos comem as frutas, os pombos permanecem em suas cabeças e a cerimônia continua.

Em seguida, o sacerdote pega os pombos, entrelaça seus bicos unindo-os e diz: “como vocês, eles serão sempre felizes”. Asperge água lustral nos pombos e os entrega para seus auxiliares. A noiva bebe um gole de água do vaso e passa para o noivo também beber. Invocando os anjos da guarda dos noivos, o sacerdote pergunta se os anjos aceitam sua união. Se a resposta for afirmativa, o sacerdote asperge nos noivos da mesma água utilizada nos pombos. Em seguida são feitas o Beré (duas incisões em cada pulso dos noivos) unindo seus sangues (pacto de sangue).

O sacerdote estanca as incisões com frutas maceradas pela sua própria boca. Consumado o ato, o sacerdote solta os pombos no próprio local da cerimônia, onde devem permanecer por vinte e um dias para o acasalamento. Finaliza-se a cerimônia. O ritual poderá ou não ser acompanhado do som dos instrumentos de percussão afro (atabaques), rum, rurupé e lê.

A decoração é feita com os próprios arvoredos e com folhagens e flores nativas. As frutas são colocadas nas Alguidaés (tachos de barro), panelas de barro, gamelas de madeira, balaios e cestas de palha.

A comida é servida e as pessoas assentam-se em tocos ou toras de madeiras para comer. Na alimentação são apresentados todos os tipos de carnes (caça selvagem, peixes assados), batatas, inhames e abóboras.

A bebida típica, chamada Imum, é extraída das palmeiras. As virgens, de 13 e 14 anos, destacam-se e apresentam-se igualmente seminuas, com grinaldas (tiaras) de avencas e flores nativas na cabeça.